Como a adoção de tecnologias conectadas pode gerar mais eficácia ao agro  

Como a adoção de tecnologias conectadas pode gerar mais eficácia ao agro  

Ferramentas, que integram portfólios de expositores da FIEE, ajudam até na redução de consumo de combustível

Imagem: Wenderson Araujo/CNA / Delcy Mac Cruz 

O agronegócio brasileiro avança sem parar. No primeiro trimestre de 2025, por exemplo, ele cresceu 12,2% ante igual período de 2024 e impulsionou o aumento do PIB (Produto Interno Bruto) do país em 1,4%.

Os dados, apurados pelo IBGE, só atestam a vitalidade do agro para a economia brasileira. 

 

Mas o que está bom pode ficar melhor ainda.

É o que destaca o projeto “IoT Agronegócio Inteligente”, coordenado pela FIA Business School a pedido da Fundação CPQD e com apoio do BNDES.

Em síntese, o projeto, conduzido em uma das regiões agrícolas mais produtivas do Brasil, demonstra que a adoção de tecnologias conectadas no campo pode gerar eficiência e eficácia operacional, além de ganhos econômicos significativos e impacto ambiental positivo.

 

Como funciona o projeto?

Ele testou duas soluções baseadas em Internet das Coisas (IoT): telemetria embarcada em máquinas agrícolas e uma plataforma de gestão no confinamento bovino.

As avaliações foram realizadas entre 2021 e 2023 em propriedades rurais no Mato Grosso.

No uso de máquinas agrícolas, sensores monitoram em tempo real variáveis como consumo de combustível, rotações por minuto (RPM) e rendimento por hectare.

 

Quais foram os resultados?

O projeto registrou uma redução de 23% no consumo de diesel e um aumento na área média trabalhada por dia, de 43,36 para 51,74 hectares.

Mais: esses resultados representaram uma economia relevante em custos operacionais e na emissão de CO2, com potencial para geração de créditos de carbono.

 

Redução de emissões

Por sua vez, na pecuária de precisão, a combinação de balanças automatizadas e de software que monitora o desempenho individual, permitiu identificar o ponto ideal de venda dos animais.

Essa estratégia resultou em uma redução de até 70% nas emissões de carbono por animal, diminuiu o consumo de água em 21% e elevou a rentabilidade por cabeça de gado.

A estimativa aponta para um retorno econômico médio de R$ 32 mil por lote de 100 animais, com um prazo de retorno do investimento de até dois lotes.

 

Mas há desafios

Apesar dos resultados promissores, a análise também apontou desafios para a adoção em larga escala dessas tecnologias.

 

Confira alguns desses desafios:

●     baixa conectividade em áreas rurais,

●     a necessidade de padronização entre sistemas e

●     o custo inicial elevado para pequenos produtores.

 

O estudo integra as ações do Plano Nacional de IoT e reforça a importância de políticas públicas e do financiamento estatal na transformação digital do agronegócio brasileiro.