Mercado de redes corporativas 5G avança, mas poderá crescer mais

Entre as soluções está a de ampliar a potência permitida para equipamentos

Crédito da imagem: Shutterstock 

As projeções dão conta de que a implementação de redes privadas 5G aquecerá a demanda em telecom ao longo de 2023.

É evidente que depende muito de gestões públicas, uma vez que a quinta geração de telefonia, em vigor desde novembro de 2021, está a cargo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)

Em todo caso, a expectativa otimista também foca a indústria eletroeletrônica, com implantação de redes junto ao segmento produtivo. 

Na verdade, essas redes corporativas foram anunciadas bem antes da chegada oficial da quinta geração em projetos públicos de companhias como WEG, Vale e Gerdau

A WEG, por exemplo, desenvolve desde 2020 projeto inicialmente em sua fábrica em Jaraguá do Sul (SC). O objetivo: testar a conectividade de diversos dispositivos IoT à rede 5G, contribuindo para o desenvolvimento de soluções economicamente viáveis para a indústria utilizando a quinta geração (leia mais a respeito aqui). 

Pedra no meio do caminho

Contudo, a demanda pelas redes corporativas pode ocorrer em ritmo bem menor que o esperado. 

Qual o motivo? 

Trata-se da operação das redes privativas na faixa 3,7-3,8 gigahertz (GHz). Por meio de ato, a Anatel oficializou em junho de 2022 as regras que focam tais redes. 

Entretanto, essas regras estão limitadas a estações de baixa potência. E é isso, em resumo, que também limita a implementação de mais redes corporativas no espectro. 

Para quem não está familiarizado, o assunto é bem complicado. 

Em todo caso, se a limitação é autorizada em baixa potência, não basta aumentar essa potência? 

Não é simples assim. 

Mas representantes da indústria eletroeletrônica, como a Abinee, estão mobilizados. 

Já em junho do ano passado, representantes da entidade reuniram-se com técnicos da Anatel e, na oportunidade, reforçaram a urgência pela liberação de requisitos técnicos e da liberação das faixas 3,7 e 3,8 GHz, dedicadas ao uso das redes privadas (leia aqui). 

Em dezembro, a partir de encontro com players industriais, a Abinee solicitou aumento na potência permitida para equipamentos de redes privativas no espectro 3,7 a 3,8 GHz. 

Essa solicitação foi feita durante tomada de subsídios para elaboração de novos requisitos técnicos e operacionais do Serviço Limitado Privado (SLP), encerrada em dezembro pela Anatel. 

Em resumo, a solicitação feita na tomada é a de rever as condições de limite de potência para a faixa de 3,5 GHz. Ou seja: passar esse para 5 watts (W) por TX (transmissor.

Trata-se do dobro da limitação atual e, conforme indicação na tomada, a potência sugerida é similar à utilizada atualmente na faixa de 2,3 GHz. Mais: na faixa 1,8 e 2,1 GHz, potências de 40W por transmissora têm sido aplicadas. 

Se for acatada, a solicitação não afetará o ‘andar da carruagem’ da 5G, até porque a sugestão somente será aplicada em áreas onde houve prévia liberação para os serviços de telefonia móvel pessoal (SMP). 

Mas certamente servirá para aquecer o mercado de redes corporativas baseadas na quinta geração.