10 elementos do Custo Brasil que penalizam o setor eletroeletrônico e precisam ser reduzidos o quanto antes

Lista integra levantamento da Abinee junto a 111 participantes da indústria do setor

O universo eletroeletrônico, assim como outros setores da indústria do país, é muito penalizado pelo Custo Brasil. São dezenas de elementos que impõem custos e fazem a indústria brasileira perder competitividade. 

De seu lado, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) promete colocar em prática o Plano de Redução do Custo-Brasil 2023-2026. E, para tanto, promoveu Consulta Pública na qual coletou subsídios para formatar o tão esperado Plano. 

A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) participou da Audiência, cuja coleta de subsídios foi concluída no dia 15 de junho. 

Essa participação, denominada Consulta Pública-355403, reuniu elementos do Custo Brasil apontados em pesquisa da Abinee junto a 111 participantes da indústria eletroeletrônica. Foram solicitados que eles listassem dentre 28 os cinco elementos que mais os afetam.

Realizado entre os dias 26 de abril e 08 de maio, o levantamento repete, em linhas gerais, o saldo de pesquisa sobre o mesmo tema, feita em setembro de 2020. 

Ou seja, as empresas comentaram a dificuldade em escolher apenas cinco itens desta lista, uma vez que a competitividade da indústria é afetada pelos diversos elementos.

E quais são os principais elementos do Custo Brasil para a indústria eletroeletrônica - e que precisam ser reduzidos ou eliminados o quanto antes?

Vamos a 10 dos elementos que lideram a lista de 28 apurados na pesquisa recente: 

1º Carga tributária elevada para as empresas (é o principal elemento, com 71% das citações)

2º Encargos trabalhistas elevados (68%)

3º Alta complexidade tributária (61%)

4º Elevados custos e baixa qualidade logística (32%)

5º Elevados spreads e alto custo do capital (32%)

6º Alta judicialização e risco trabalhista (31%)

7º Insegurança e baixa eficácia da regulação jurídica (29%)

8º Alta cumulatividade de tributos (24%)

9º Altas tarifas de importação de insumos (23%)

10º Baixa efetividade dos serviços públicos (17%)

Confira abaixo a lista completa dos 28 principais elementos do Custo Brasil no setor eletroeletrônico:

 

 

Perda de poder de compra a pouco incentivo

Em relato, a Abinee ressalta que na opção ‘Outros’ estão vários elementos que penalizam o setor eletroeletrônico.

Entre esses estão custos elevados de seguro garantia para financiamentos; baixa qualificação dos recursos humanos; perda do poder compra devido à inflação; pouco incentivo à indústria nacional e requerimentos especiais diferentes aos exigidos em outros países.

“Desta forma, observa-se que todos esses elementos vêm reduzindo severamente a competitividade da indústria nacional em relação aos concorrentes estrangeiros, com destaque para a complexa e alta carga tributária juntamente com os elevados encargos trabalhistas”, descreve a entidade.

Quais as saídas?

Segundo a Abinee, entre as principais ações citadas pelas empresas para minimizar essas dificuldades destacam-se a urgência na Reforma Tributária e desoneração da folha de pagamentos.

De seu lado, o Ministério do Desenvolvimento atesta que os subsídios coletados pela Consulta Pública “serão utilizados como insumos para a elaboração do Plano de Redução.”

Em evento realizado em maio último, Andréa Macera, secretária de Competitividade e Política Regulatória do Ministério do Desenvolvimento, relatou que a consulta pública ajuda a identificar os gargalos para que se possa removê-los em quaisquer das dimensões do funcionamento de uma empresa.

Espera-se, agora, que o Plano de Redução do Custo Brasil 2023-2026 seja colocado em prática o quanto antes, afinal a primeira metade de 2023 chega ao fim.