Chegada de novas montadoras de veículos amplia mercado de produtos e soluções da indústria eletroeletrônica

Polos fabris das chinesas BYD e MGW no Brasil deverão iniciar as operações em 2024

 

Crédito da imagem: KPMG/Divulgação

Que venham os fabricantes de veículos. 

É esta a expectativa da indústria eletroeletrônica no Brasil diante da chegada de montadoras. 

Entre elas estão a BYD e a Great Wall Motors (GWM)

Ambas chinesas, elas atestam que vieram para ficar. No caso da BYD, o martelo já foi batido e, até a primeira quinzena de julho, só faltava definir o endereço. Mas o fato é que ela se instalará em Camaçari, na Bahia. 

E chega com apetite. 

Implantará um complexo com três células fabris: uma dedicada à produção de chassis para ônibus e caminhões elétricos, outra para produzir automóveis híbridos e elétricos, enquanto a terceira é voltada ao processamento de lítio e ferro fosfato para atender ao mercado externo

Previsão de início das operações: segundo semestre de 2024. (leia mais aqui).

Por sua vez, a GWM comprou a antiga fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis, no interior paulista, e deverá iniciar a produção em maio de 2024. 

No caso, o primeiro veículo a ser produzido na planta será a picape Poer. A iniciativa integra plano de investimentos de R$ 10 bilhões que a empresa anunciou para a operação brasileiro por um prazo de 10 anos (leia mais aqui).

Assim como outras fabricantes de origem chinesa em operação no Brasil, caso da Chery e da JAC, todas impulsionam o mercado de trabalho. 

Para ficar em um exemplo, só a GWM promete 2 mil empregos diretos quando a fábrica chegar a 100 mil unidades por ano. 

 

FOCO EM ELÉTRICOS E HÍBRIDOS

 

Além do mercado de trabalho, as chinesas com plantas fabris em fase de implantação focam a produção de modelos elétricos e híbridos movidos a etanol. 

E é aí que entra a indústria eletrônica brasileira.  

Certamente ela terá demanda aquecida pelos novos players, seja em produtos e soluções, mesmo porque executivos da BYD e da GWM garantem que a prioridade será buscar os fornecedores brasileiros de produtos como processadores embarcados e semicondutores.

Do lado da indústria eletroeletrônica no Brasil, elas estão a postos para atender a nova demanda.

Veja o caso da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), que conta com 36 associados no setor de componentes elétricos e eletrônicos. 

Entre eles estão a HT Micron, também fabricante de semicondutores, e a Intel, que oferece soluções variadas como digitalização para a construção e gerenciamento de veículos.

 

DESAFIOS PELA FRENTE

 

Assim como as novas montadoras no país e as já em operação aquecem o mercado de soluções eletroeletrônicas, elas também têm desafios pela frente. 

Um deles diz respeito à fabricação de baterias para veículos elétricos (VEs), que requer uso intensivo de minerais como o lítio e o cobalto. 

É que, segundo estudo da KPMG, “a atividade mineradora impacta o meio ambiente e o próprio transporte de matérias-primas de sua origem ao destino por gerar emissões.”

Diante disso, relata, “reaproveitar pelo menos uma parte dessas matérias-primas é crucial para um mundo mais sustentável.”

Buscar tecnologias focadas nesse reaproveitamento desafia os fabricantes de veículos e os fornecedores, sejam eles de mineração e do setor eletroeletrônico. 

Não para por aí. 

Segundo o embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, a meta é o desenvolvimento mútuo entre os dois países. 

“Vamos estreitar nossa parceria para novas áreas, além do comércio, para a reindustrialização com base em energias renováveis, hidrogênio verde e economia de baixo carbono”, disse ele durante visita à fábrica da GWM.

Enfim, os fabricantes chineses devem aquecer o mercado da indústria eletroeletrônica hoje e também no curto prazo, por conta da esperada reindustrialização.