Programa OpenRAN libera plataforma de experimentos em inovação 

Programa OpenRAN libera plataforma de experimentos em inovação 

Ambiente especializado reproduz condições reais de operação das redes de telecomunicações

Crédito da imagem: Open-RAN Brasil

Delcy Mac Cruz

 

Organizações interessadas em realizar experimentos envolvendo pesquisa, educação e inovação em redes 5G e Open RAN têm à disposição uma ferramenta estratégica.

Trata-se da plataforma de testes (testbed) do programa OpenRAN@Brasil.

 

Qual é o objetivo dessa disponibilidade? Oferecer um ambiente especializado, reproduzindo condições reais de operação das redes de telecomunicações, relata Rosa Pimenta, do CPQD, em conteúdo no portal da OpenRAN@Brasil.

 

Quais os ganhos? Nesse ambiente, pesquisadores e desenvolvedores podem testar e validar diferentes componentes, funcionalidades e novas ideias em um espaço seguro, sem interromper as operações das redes comerciais.

 

Como utilizar o testbed? Os interessados devem preencher o formulário disponível neste link e fornecer informações como objetivo, duração e recursos necessários para o experimento.

 

E depois de feita a inscrição? Segundo o portal da OpenRAN@Brasil, as propostas podem ser submetidas e serão avaliadas por comitê especializado, cuja função é determinar a possibilidade de atender ou não ao pedido de uso da plataforma.

 

Testbeds em teste de interconexão

 

Exemplo da estratégia dos testbeds foi confirmado em maio deste ano, quando eles permitiram resultados positivos em teste de interconexão.

No caso, os testbeds implantados no Rio de Janeiro e em Campinas (SP) foram empregados em teste de interconexão dentro do programa OpenRAN@Brasil conduzido em parceria pelo CPQD e Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP).

 

Como foi o teste? Conforme conteúdo no portal da OpenRAN, o teste demonstrou o funcionamento bem-sucedido do sistema 5G, de forma desagregada, utilizando na interconexão um link de 10 Gbps com latência de 10 milissegundos.

 

Implementação no experimento: ele envolveu a implementação de uma pilha de protocolos 5G desagregada, sendo que o core 5G e a Unidade Centralizada (CU) foram executados no testbed do Rio, localizado na RNP, enquanto a Unidade Distribuída (DU) e a Unidade de Rádio (RU) foram operadas no testbed de Campinas, instalado no CPQD.

 

Resultados - “O sistema 5G desagregado funcionou com sucesso no teste, atingindo taxas de transferência de dados em torno de 1 Gbps e uma latência média de 18 milissegundos, fim a fim, com jitter (variação no tempo de chegada dos dados) não superior a 5 milissegundos”, afirma ao portal da OpenRAN Brasil Eduardo Melão, pesquisador em Conectividade do CPQD.

 

Exemplos anteriores - Conforme o pesquisador, em testes anteriores, com todos os elementos da rede 5G na mesma localidade - Rio de Janeiro ou em Campinas -, as taxas de transferência de dados também ficaram em torno de 1 Gbps.

 

Impacto - “Isso significa que a desagregação do sistema não tem um impacto significativo no desempenho, apesar da latência adicional de 10 milissegundos introduzida pelo link de interconexão dos testbeds.”

 

Potencial - Enfim, emenda ele, “esse avanço reforça o potencial das soluções desagregadas em redes 5G, trazendo flexibilidade e inovação para ambientes de pesquisa e desenvolvimento.”