IA e data centers avançam como grandes consumidores de eletricidade

IA e data centers avançam como grandes consumidores de eletricidade

Gigantes da tecnologia apostam no Brasil, em que  a maioria da energia é gerada por fontes renováveis 

Foto: Freepik  /   Delcy Mac Cruz

Os setores de transportes e industrial sempre estiveram na dianteira do ranking de consumo de eletricidade no Brasil.

Em 2023, por exemplo, eles responderam por 64,8% da energia consumida no país, relata o Ministério de Minas e Energia (MME).

Seja transportes ou indústria, ambos seguirão grandes demandantes.

Mas o mercado nacional tem visto o rápido crescimento do consumo de energia pelas gigantes de tecnologia, as big techs

É que elas precisam de muita eletricidade para processar bilhões de dados em microssegundos exigidos por serviços digitais e pela Inteligência Artificial (IA).

 

Data centers - Para exemplificar, entre os requisitantes desses dados estão realidade virtual, jogos em nuvem, treinamento de máquinas, criptomoedas e blockchain.

No caso, as informações são concentradas em centros de processamento de dados, os data centers, movidos por energia elétrica.

 

Previsões - Ocorre que o consumo dessas estruturas só tende a aumentar.

Levantamento da Agência Internacional de Energia (AIE) explica que em 2022 os centros de dados, as criptomoedas e a IA utilizaram cerca de 460 terawatts-hora (TWh) de eletricidade em todo o mundo, quase 2% do total do consumo global.

Para 2026, esses três consumidores deverão requisitar pelo menos o dobro dos TWh adquiridos em 2022.

 

Vez do Brasil - É aí que entra o Brasil. As big techs, gestoras dos data centers, preferem ter essas estruturas no país, em que, no ano passado, 93,1% da geração de energia elétrica foram de fontes renováveis, relata o Ministério de Minas Energia.

As fontes renováveis, que integram energia solar, eólica e de biomassa, são disputadas por terem baixa emissão de carbono na atmosfera.

Essa qualificação soa como ouro em tempos nos quais todos agentes do mercado global, como as big techs, têm de correr atrás da descarbonização.

 

Oferta de energia - A oferta de eletricidade pela matriz brasileira atende a demanda e, atualmente, gera sobra.

Isso porque tem crescido a produção pelas hidrelétricas, principais fontes da matriz, além da entrada de energia das fontes eólicas, solares e de usinas a biomassa.

O conforto da situação permite, por exemplo, que operadoras de telecomunicações realizem contratos de compra de eletricidade com geradoras por meio do mercado livre, em vigor para quem é grande consumidor de energia.