Por que a eficiência energética virou desafio diante do avanço da IA 

Por que a eficiência energética virou desafio diante do avanço da IA 

Falta de garantia de oferta firme de eletricidade preocupa também os expositores da FIEE

Imagem: Foto de Julien Maculan na Unsplash  /  Delcy Mac Cruz 

O consumo de energia elétrica no Brasil cresce em ritmo acelerado assim como avança o uso da inteligência artificial (IA).

Para se ter ideia, uma busca no ChatGPT com oito parâmetros (um ponto, uma exclamação ou outro caractere) consome quase a mesma quantidade de eletricidade requisitada para acender quatro lâmpadas.

O comparativo é do presidente da Qualcomm para a América Latina, Luiz Tonisi, em conteúdo de Bruno Rosa no jornal Valor Econômico.

 

Eficiência em questão: como fazer para que a oferta de eletricidade dê conta de atender a demanda de aparelhos conectados a data centers?

A resposta é simples: garantir que a eletricidade não falte, seja eficiente.

Mas é aí que está um desafio: como garantir essa eficiência, que se tornou novo ponto de preocupação e debate diante do avanço crescente da IA?

 

A questão também aflige expositores da FIEE (Feira Internacional da Indústria Elétrica, Eletrônica, Energia, Automação e Conectividade), que será realizada entre os dias 9 e 12 de setembro no São Paulo Expo, na capital paulista.

 

O que se discute (e se faz) para buscar a eficiência energética diante o avanço da IA?

O blog da FIEE apresenta a seguir propostas e medidas em fase de execução ou em planejamento por empresas e instituições:

 

Modelos de menor consumo: a indústria precisa focar no desenvolvimento de modelos com novas arquiteturas de processamento que consomem menos energia.

 

Exemplo de consumo menor: a chinesa DeeSeek, rival da americana ChatGPT, consome menos energia (ante o concorrente) por usar menos parâmetros no processamento da informação.

 

Modelo híbrido: segundo o presidente da Qualcomm disse ao Valor, com nova arquitetura em equipamentos e aplicações, “tudo vai rodar em um modelo híbrido, com os comandos gerados a partir de IA sendo processados no data center e no próprio aparelho.”

 

Sustentável e viável: empresas do ecossistema focam impacto positivo no meio ambiente, no mercado e nas pessoas, mas tudo têm que ser economicamente viável.

 

Rede do século 20: “muitas partes da rede elétrica foram construídas em meados do século 20 e não estão equipadas para lidar com as complexidades das demandas de energia modernas e integração de energia renovável”, destaca Manja Thessin, gerente de Mercado, Estratégia e Inovação da AFL.

 

Atualizações essenciais: Segundo a executiva, é preciso “aprimorar a rede com sensores avançados, sistemas de controle e soluções de armazenamento de energia ajudará a fornecer um fornecimento de energia confiável e eficiente.”

 

Apetite crescente

Enfim, como relata Manja Thessin, “o crescente apetite por acesso a sistemas avançados de IA afetará a geração, distribuição e consumo de energia, exigindo uma transformação global da infraestrutura de energia que incluirá uma melhor modernização da rede e a integração de diversas fontes renováveis.”