Por que a indústria eletroeletrônica mira tanto o Brasil 

Por que a indústria eletroeletrônica mira tanto o Brasil 

Quem já tem fábrica no país estuda ampliar; quem não possui, tem pressa em vir

Crédito da imagem: Domenico Loia na Unsplash   /  Delcy Mac Cruz

Fabricantes globais de produtos eletroeletrônicos colocam o Brasil no radar de investimentos.

E em que pese o Custo Brasil e as instabilidades mundiais, esses players têm pressa em se instalar no país.

Mais: quem já possui unidade fabril instalada no território nacional, também tem pressa em ampliá-la.  

Motivo: os brasileiros formam uma apetitosa (e crescente) legião de consumidores de games, notebooks e smartphones, para ficar em alguns dos produtos eletroeletrônicos.

Não é só: as recentes inovações embarcadas via IA turbinam ainda mais essa legião.

Sendo assim, o mercado consumidor está posto. E é melhor os fornecedores estarem por perto para atender a um público ávido por novidades.

 

Crescimento - Veja o caso das vendas de eletroeletrônicos. Elas cresceram 34% nos seis meses de 2024, segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletrônicos (Eletros).

Segundo relatório da entidade, foram comercializados 51,5 milhões de aparelhos eletrônicos entre janeiro e junho últimos, ante 39,4 milhões em igual período de 2023.

 

Conexões - Esses valores só tendem a crescer, até porque a implantação de conexões mais eficientes avançam em cidades e mesmo em áreas rurais. E isso possibilita que consumidores que moram nessas localidades usarem eletroeletrônicos até então inacessíveis.

 

Exemplos de fabricantes

O blog FIEE lista a seguir exemplos de fabricantes de eletrônicos que colocam (com pressa) o Brasil no radar de investimentos.

 

 

Foco da Asus

A marca taiwanesa de computadores e notebooks Asus vendeu 300 mil unidades de aparelhos em 2023 no país, ante 15 milhões globalmente, segundo revelou Rex Lee, Chief Marketing Officer (CMO), em entrevista para a Exame.

O foco é ampliar a comercialização e, para tanto, trabalhar com os gamers, “que têm conhecimento sobre tecnologia e podem influenciar suas famílias na escolha de produtos Asus.”

No Brasil, a Asus fabrica na unidade da também taiwanesa Foxxconn em Jundiaí, no interior paulista. 

Na entrevista, o executivo destaca que a empresa pretende ser número um em consumo global de PCs. E “o Brasil, com seu grande mercado de mais de 200 milhões de pessoas, é essencial para essa meta.”

 

 

TP Link: base em Santa Catarina

Especializada em fabricação e roteadores e acessórios de tecnologia, a chinesa TP Link desembarca em Santa Catarina.

Em protocolo de intenções assinado em janeiro com o governo catarinense, executivos da companhia definiram o estado para operar parte de seu estoque e logística de importação.

A TP Link possui 44 fábricas na Ásia e distribui roteadores, câmeras de segurança, sistemas de SmartHome, entre outros dispositivos, para 170 países, relata a empresa em material divulgado pelo governo de Santa Catarina.

No Brasil, a companhia já tem central de distribuição no estado de São Paulo.

 

 

De Manaus para toda América Latina

Já a americana Diebold Nixdorf anunciou em março que irá ampliar a unidade em Manaus, no Amazonas, para dobrar a capacidade de produção de caixas eletrônicos (ATMs) e, assim, iniciar operações de exportação para toda a América Latina.

Segundo divulgação feita na Mercado e Consumo, os investimentos somam a aquisição de novos maquinários, a obtenção de certificações e parcerias com fornecedores locais de componentes.