Por que a venda de computadores deve crescer no curto prazo no mercado doméstico 

Por Delcy Mac Cruz

Explicação para a expectativa otimista é a chegada de modelos com IA generativa embarcada

As vendas de notebooks e computadores de mesa (desktops) no Brasil ensaiam alta depois de amargar queda ao longo do ano.

No primeiro trimestre, por exemplo, foi registrada a comercialização de 1,86 milhão de computadores, queda de 6,3% sobre igual período de 2022, segundo estudo da empresa de inteligência de mercado IDC Brasil.

Na oportunidade, a empresa explicou que o mau desempenho de vendas refletiu, entre outras, o desaquecimento do mercado corporativo e a expectativa de um novo plano de regras fiscais a ser apresentado pelo governo federal.

Essas duas explicações seguem no radar e, sendo assim, por que o mercado brasileiro de computadores ensaia alta nas vendas?

Resposta: Inteligência Artificial (IA) generativa.

Modelos com ‘cérebros’ para aplicações de IA

Como a IA generativa irá turbinar as vendas?

É que saem do forno modelos de notebooks e de desktops dotados de microprocessadores - os ‘cérebros eletrônicos’ - que são capazes de suportar aplicações da IA generativa.

No geral, essas aplicações são baseadas na nuvem, ou seja, em provedores de infraestrutura como o Google Cloud.

Mas com IA generativa embarcada, os modelos de computador pessoal irão desempenhar por conta própria esta tecnologia focada na criação autônoma de conteúdo original.

 

Filão disputado

E esse filão de dispositivos com IA embarcada já é bem disputado. Tome o caso da AMD, Intel, Nvidia e Qualcomm, que desenvolvem processadores de IA generativa. Mas tem também os fabricantes de chips potentes. 

Exemplos: as coreanas Samsung, SK Hynix e a Micron Technology (MU). Todas produzem as memórias dinâmicas de acesso paralelo (DRAM).

Mas o que é isso?

De forma resumida, a DRAM é um chip de memória que faz o notebook operar com velocidade um processador de IA. Com os chips tradicionais, o note simplesmente para. Já a DRAM torna o dispositivo 30 vezes mais potente que um laptop de ponta. Está aí, portanto, a explicação para o otimismo de vendas de notebooks e desktops com IA embarcada.

Mais: projeção do Gartner prevê receita de US$ 1,2 bilhão neste ano para o segmento de microprocessadores para eletrônicos de consumo, caso dos notebooks e dos smartphones. Esse montante é mais do que o dobro dos US$ 588 milhões obtidos em 2022.
O que os fabricantes oferecem
E como os fabricantes deste nicho operam? Confira a seguir informações sobre alguns deles.

Intel: processadores Core Ultra

Crédito: Intel

É aguardado para 14 de dezembro próximo o lançamento do processadores Intel Core Ultra.

De codinome Meteor Lake, é a primeira unidade de processamento neural integrada da Intel, ou NPU, para aceleração de IA com eficiência energética e inferência local no PC. (mais a respeito aqui).


AMD: chips para notebooks empresariais

Crédito: AMD

AMD apresentou em julho a expansão de hardware voltado para o mundo dos negócios com o lançamento dos chips da série Ryzen Pro 7040 para notebooks empresariais.

Eles combinam até 8 núcleos de CPU Zen 4 com até 12 unidades de computação RDNA para 3 gráficos integrados (mais aqui).