Conectividade no campo: empresas se unem para levar redes privativas a mais de 2 milhões de hectares
Conectividade no campo: empresas se unem para levar redes privativas a mais de 2 milhões de hectares
Estrutura permitirá ampliar a presença de ferramentas tecnológicas que também estarão expostas na FIEE
Imagem: Freepik / Delcy Mac Cruz
O peso do agronegócio brasileiro só tende a crescer. No primeiro trimestre deste 2025, o Produto Interno Bruto (PIB) do agro avançou 6,49% ante igual período do ano passado.
O percentual, que integra estudo do Cepea, da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), sinaliza que o PIB do agro poderá representar 29,4% do PIB do Brasil neste ano, ante 23,5% observados em 2024.
Barreira de conexão
Mas apesar do avanço expressivo, o agro segue com barreiras e uma delas, de foco tecnológico, é a baixa conectividade.
Levantamento da Conectar Agro, associação representativa de empresas, destaca que apenas 33,9% da área disponível para uso agrícola no Brasil tem cobertura 4G ou 5G.
Sim, está aí a questão: o setor que alavanca o PIB do país enfrenta tanta falta de conectividade para integrar, por exemplo, IoT e demais ferramentas tecnológicas que estarão presentes na FIEE (Feira Internacional da Indústria Elétrica, Eletrônica, Energia, Automação e Conectividade), que será realizada entre os dias 9 e 12 de setembro no São Paulo Expo, na capital paulista.
Parcerias geram frutos
Nem tudo, porém, está em situação crítica quando se trata de conectividade no agro.
Em primeiro lugar, porque, segundo a Conectar Agro, a maior concentração dos 33,9% da área disponível para uso agrícola do país fica nas regiões Sul e Sudeste do país.
É nessas regiões que empresas de TIC investem em empreendimentos próprios ou em parcerias com companhias do agro para dotar as áreas de redes privadas de telecom.
Em linha com isso, foi formalizada no fim de maio parceria para levar conectividade a mais de 2 milhões de hectares do agro brasileiro - e, isso, até o fim desse 2025.
A saber: a parceria foi formalizada entre a Virtueyes, companhia especializada em tecnologias de internet das coisas (IoT), e a multinacional Huawei, uma das líderes globais em tecnologia da informação.
Como vai funcionar a parceria?
● A Virtueyes prevê instalar mais de 100 torres privativas com tecnologia da parceira chinesa.
● As redes privativas 4G são fundamentais, permitem mais amplitude de áreas cobertas, menos latência do sinal e mais segurança das informações.
● “Ainda há ‘verdadeiros desertos digitais’ no agro”, disse ao Globo Rural Shandrus Carvalho, vice-presidente da Virtueyes.
● “Essa realidade prejudica não apenas a operação, mas também o nível de eficiência na gestão, no planejamento, na operação e na tomada de decisão em tempo real”, afirmou ele à reportagem.
● Segundo a Virtueyes, boa parte dos esforços será no Matopiba (área de produção agrícola que abarca Maranhão, Tocantins, Piauí e oeste da Bahia), região particularmente carente de boa conexão.
● A companhia está investindo R$ 40 milhões para ampliar a oferta de tecnologia, dos quais R$ 10 milhões serão para suas operações no agronegócio.
● Para ele, os avanços esperados para a cobertura de internet no campo virão, principalmente, com a demanda dos grandes produtores de grãos e algodão.