Conexões por fibra avançam, mas velocidade média deixa a desejar

Contratos entregam metade de Mbps médios oferecidos a nível global

Delcy Mac Cruz

As conexões por banda larga fixa avançam no Brasil. Recente painel da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) revela que dois terços (66%) desses serviços são baseados em fibra óptica.

Em resumo, o saldo representa quase 28 milhões de contratos de operadoras no país. Vale destacar que, no geral, há 42,1 milhões de contratos de banda larga divididos entre todas as tecnologias.

O levantamento da Agência corresponde a junho de 2022 e, no período, a banda larga fixa no Brasil estava distribuída pelas seguintes tecnologias:

 

●    Fibra óptica: 66%

●    Cabo coaxial: 21,5%

●    Cabo metálico: 7,7%

●    Rádio: 4%

●    Satélite: 0,8%

 

Modernização com velocidade baixa

 

O saldo do avanço da fibra óptica reflete o resultado da modernização da infraestrutura de telecomunicações.

Isso é ótimo e, de certa forma, já esperado: o movimento de modernização começou nos grandes centros urbanos e, em seguida, foi expandido para localidades menores.

Além disso, o painel da Anatel confirma que o Brasil está entre os maiores consumidores de conectividade do planeta.

Com um porém: o país disponibiliza velocidade média de banda larga inferior a de muitos países.

Tome o exemplo do Speedtest, que realiza testes: a velocidade de download da internet de banda larga no Brasil é de 22,09 Mbps, enquanto a média global vai a 45,48 Mbps.

Equacionar isso exige soluções e elas envolvem a fibra óptica, principalmente quando o país entra na tecnologia 5G.

Mais: se a fibra já é maioria nos contratos, a tendência é de que siga crescente. Portanto, é preciso encontrar - com urgência - soluções que ampliem a velocidade por fibra óptica.

Vale lembrar que essas soluções estão chegando ao mercado brasileiro, mesmo porque elas já existem mundo afora e, assim, basta adequá-las ao território nacional.

É o caso, por exemplo, da tecnologia FTTR (Fiber to the Room), desenvolvida pela chinesa Huawei e recém-lançada pela Oi.

Por meio de fibra óptica transparente, que, segundo a empresa, está projetada para ser afixada em rodapés e dobrar até 90 graus sem quebrar, a tecnologia promete conectar vários cômodos, seja em casa ou empresas.

Ainda conforme a Huawei, a tecnologia tem capacidade para levar até 1 Gbps para todos os ambientes (leia mais a respeito aqui).

É de se esperar que a chegada do 5G acelere, também, o acesso de consumidores pessoa física e jurídica a tecnologias que justifiquem contratos com a quinta geração.