Por que o mercado de robótica e de automação industrial está otimista com o Brasil

Vendas de fabricantes devem crescer 6% em 2023 no país, segundo entidade do setor

Crédito da imagem: Mech Mind on Unsplash

O cenário global de incertezas econômicas está no radar de qualquer empresa, seja ela no Brasil ou na Índia. Não dá para ter projeção segura do que virá em 2023. 

Entretanto, o que não pode - e nem deve - ficar de lado é o emprego de ferramentas tecnológicas. A oferta delas avança sem parar com o foco em ganho de produtividade e de redução de custos.

Tome o exemplo dos fornecedores de robótica industrial. 

Formado pela indústria de robótica e de automação, trata-se de um mercado crescente também no Brasil.

Prova disso é o otimismo de negócios dos 80 fabricantes com unidades no país e representados pela Associação Alemã de Fabricantes de Máquinas e Instalações Industriais (VDMA, na sigla em alemão). 

Segundo comunicado da entidade, dos seus associados apenas 12% esperam declínio de vendas no Brasil em 2022. 

No geral, relata, as empresas esperam um aumento médio de 17% nas vendas no ano corrente. 

Tem mais: para 2023, a expectativa é de crescimento nos negócios da ordem de 6%. 

Pedras no caminho

Assim como os clientes industriais, os fornecedores desse mercado enfrentam problemas causados pela escassez de matérias-primas e pré-materiais, assim como a falta de trabalhadores qualificados. 

Mas as restrições impostas pela Covid-19, por outro lado, já quase não desempenham impeditivos, relata Thomas Ulbrich, diretor da VDMA no Brasil. 

No mais, os associados da entidade sabem, com base em décadas de experiência, que o país precisa de maquinário e equipamentos modernos para explorar a sua enorme riqueza. 

Em linha com este raciocínio, a VDMA lembra que 12% das reservas mundiais de água estão no Brasil, o potencial de energia solar local é quase infinito e, além disso, o país é um dos principais produtores mundiais de alimentos. 

500 mil unidades por ano

No tocante ao mercado de robótica industrial, ele é de fato um caminho sem volta. 

As vendas de robôs de serviço profissional subiram  impressionantes 37% em 2021, relata a Federação Internacional de Robótica (IRF)

Por região, o crescimento mais forte veio da Europa com uma cota de mercado de 38%, seguido da América do Norte com 32% e da Ásia com 30%.

Diante disso, a entidade reforça que a partir de 2024 o mercado global deverá receber a instalação anual de 500 mil unidades. 

E qual o motivo desse otimismo? 

Ele tem algumas explicações. A primeira está ligada diretamente ao foco dos robôs industriais, máquinas automatizadas que ganham popularidade em alimentos e bebidas, eletrônicos, metais e máquinas e semicondutores que impulsionam o crescimento do mercado. 

Outra explicação está nos benefícios gerados pelas máquinas, como maior utilização, custos reduzidos e melhoria da qualidade. 

Esses podem ser considerados os principais fatores que impulsionam a expansão do mercado. 

Como se sabe, a tecnologia é cada vez mais utilizada em várias aplicações, como pintura, montagem, soldagem, paletização, embalagem e etiquetagem e inspeção de produtos. 

Vai daí que o foco crescente no aumento da produtividade em linhas de produção de alto volume, especialmente na fabricação de automóveis e eletrônicos, é uma das tendências que aceleram o crescimento do mercado. 

No mais, a robótica industrial avança mundo afora justamente diante da escassez de mão-de-obra. 

Em resumo, a oferta de profissionais qualificados está abaixo da demanda e, assim, os participantes do mercado ampliam aportes em robôs industriais. 

Entre a clientela dessas máquinas estão players como a DHL Supply Chain, que aposta firme em soluções robóticas para sua rede de cadeia de suprimentos de armazéns. 

Em suma, os robôs ajudam a simplificar as redes da cadeia de suprimentos, reduzindo os custos a longo prazo, aumentando a produtividade, reduzindo os erros e simplificando as operações de picking (processo de separação e preparação dos pedidos, para que eles cheguem corretamente até o consumidor). 

A DHL é apenas uma das companhias que apostam em soluções robóticas, cujo mercado só tende a avançar também entre os clientes industriais no Brasil.