Quais os benefícios que a rede 5G oferece para a indústria?
Por Delcy Mac Cruz
Quinta geração conecta todos os estados brasileiros desde outubro, segundo o Ministério das Comunicações.
Crédito da imagem: Shutterstock
A quinta geração de telefonia móvel (5G) foi oficialmente lançada no Brasil em julho. E, segundo divulgação do Ministério das Comunicações, desde a primeira semana de outubro “todas as sedes estaduais estão conectadas à tecnologia”.
Diante disso, como ficam os consumidores industriais?
Já é possível acessar a tecnologia 5G e usar, por exemplo, o avanço em ganho de tempo de resposta da rede - que, conforme divulgado, vai abaixo de 10 milissegundos, com impacto positivo profundo para a Indústria 4.0?
Acessar este e outros benefícios depende da implementação de estrutura pela cadeia da rede 5G, tais como as operadoras.
Em eventos recentes, especialistas avaliaram a 5G e a indústria. E, a seguir, o blog FIEE destaca as avaliações desses executivos. Confira:
As portas abertas com a tecnologia de quinta geração contemplarão os cidadãos e as empresas, disse em painel do Future Congress o CTO da Nokia, Wilson Cardoso.
“Nosso futuro será melhor com o 5G, desde cuidar da nossa saúde, até termos uma logística toda integrada”, destacou.
“Outra questão envolve o advento dos gêmeos digitais, que trará um aumento de produtividade incrível para as indústrias.”
Emendou: “o 5G é uma maratona, que vai culminar com o 6G daqui a 10 anos e que precisa ser pensada desde agora.”
Segurança - A segurança cibernética deve ser destacada como reforço da tecnologia 5G para a indústria, avalia Alberto Rodrigues, responsável pelo engajamento de soluções de TIC da Nokia, destaca, em evento da Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII).
E explica: a 5G herdou um algoritmo de criptografia muito seguro desde a tecnologia 2G e o tornou mais forte.
“Contar com esse atributo é fundamental para a indústria que busca proteger seus dados”, relata. “Isso até mesmo considerando o fato de que, atualmente, há diversos casos de violações de dados - a maioria por meio de uma rede wi-fi.”
Arquitetura - A descentralização da arquitetura é outra estratégia oferecida pela 5G, destaca Rodrigues.
“Esse conceito, que já existe no 5G, é potencializado pelo 5G”, relata, lembrando que essa característica se traduz em soluções capazes de atender a diversas demandas.
Exemplos: “garantir o funcionamento de robôs autônomos, que atuam no galpão de uma indústria que conta com uma grande extensão territorial; ou fornecer uma conexão de um caminhão autônomo em uma mineradora, que deve se manter conectado para funcionar adequadamente.”
Conexões - Um dos atributos da 5G, segundo Paulo Tavares, diretor geral da Accenture no evento da ABII, é a grande quantidade de dispositivos conectados à rede.
“Com o 5G é possível conectar um milhão de dispositivos por quilômetro quadrados, [o que representa] uma diferença enorme ao se comparar com o 4G”, disse.
Tempo de resposta - É outro destaque, segundo Tavares. “O tempo de resposta da rede 5G vai abaixo de 10 milissegundos e isso traz um impacto profundo para a Indústria 4.0.”
Exemplo: “acelera o processo de tomada de decisão, uma vez que agiliza o envio das informações solicitadas por meio de um sistema de gestão”.
Mais: “também pode fornecer informações de imagens e vídeos em tempo real para o sistema de segurança de uma indústria, como é o caso do monitoramento do local onde a empresa está instalada por meio de drones.”
Impactos
A lista de possibilidades e serviços da rede 5G para a indústria avança dia a dia.
Assim, sua implementação é aguardada com ansiedade. Até porque, segundo divulgação da Confederação Nacional da Indústria, “o impacto da adoção do 5G no Brasil no crescimento econômico depende da velocidade de implementação.”
“A diferença entre uma disseminação acelerada ou lenta será de 0,20 ponto porcentual no PIB potencial per capita de 2030, o equivalente a um acréscimo de R$ 81,3 bilhões no PIB deste ano (2022)”, relata a partir de estudo de sua autoria.