Caminhões, motos, ônibus e carros elétricos em debate no Congresso da FIEE

Caminhões, motos, ônibus e carros elétricos em debate no Congresso da FIEE

Por Phábrica de Ideias

Painéis simultâneos discutiram tecnologia, infraestrutura e modelos de negócio para ampliar a eletromobilidade no Brasil

A mobilidade elétrica avança como um dos principais vetores de transformação da indústria automotiva e da matriz energética global. No Brasil, o tema tem ganhado espaço nas discussões sobre inovação, competitividade e sustentabilidade, impulsionado por investimentos em infraestrutura, produção local e novos modelos de negócio. Nesse cenário, o 1º Congresso da Indústria Eletroeletrônica, realizado durante a FIEE 2025, dedicou seu segundo dia a uma programação exclusiva sobre eletromobilidade.

O encerramento reuniu fabricantes, operadores e fornecedores em quatro painéis simultâneos, que apresentaram soluções específicas em diferentes segmentos de veículos elétricos: caminhões e vans, veículos levíssimos, ônibus e veículos leves.

Os palestrantes destacaram que o desenvolvimento de produtos projetados desde a origem para a eletrificação, junto à infraestrutura de recarga, padronização de componentes e políticas públicas, é essencial para dar escala ao mercado.

No painel sobre caminhões e vans, Júlio Cesar Balbinot Jr., diretor de operações e cofundador, Arrow Mobility, apresentou uma van projetada desde o início para ser elétrica, com reorganização de componentes que aumentou a capacidade útil de carga e a produtividade nas entregas. “Ao projetar o veículo desde a origem, conseguimos aumentar em 60% a capacidade de carga e entregar duas a três vezes mais pacotes por hora”, afirmou.

Já Rodrigo Castellari, diretor de veículos da Vammo, abordou o desafio de escalar motos elétricas no Brasil, destacando a limitação do alcance por carga e a necessidade de redes de troca de baterias e políticas públicas específicas para o segmento. “O grande desafio não é apenas o preço, mas a rede de troca de baterias. Sem infraestrutura adequada não é possível dar escala ao mercado de duas rodas”, disse.

Em ônibus elétricos, Ieda Oliveira, diretora comercial da Eletra, falou sobre a consolidação da tecnologia nacional e sua aplicação em transporte urbano, citando redução de custos operacionais e adesão crescente por parte de operadores municipais. “O ônibus tem potencial muito forte, visto que reduz custos de manutenção em cerca de 40% e melhora a experiência do passageiro”, afirmou Ieda, que destacou a presença de unidades em diversas capitais e municípios do país.

Abordando os veículos leves, Rodrigo Rumi, vice-presidente de marketing e inovação da Lecar, apresentou dados e tendências de mercado, apontando crescimento contínuo na participação dos eletrificados entre os leves e a necessidade de articulação entre indústria, governo e infraestrutura. “O mercado de veículos leves para a eletromobilidade vem crescendo e exige coordenação entre oferta de produto, certificação e rede de recarga”, observou.