No primeiro dia da FIEE (Feira Internacional da Indústria Elétrica, Eletrônica, Energia e Automação), realizada paralelamente à FEBRAVA – Feira Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento – especialistas debateram tendências, desafios do setor elétrico e perspectivas para o Brasil durante o 1º Congresso da Indústria Eletroeletrônica.

Adolfo Veiser, CEO do Grupo O Setor Elétrico, relembrou sua trajetória na FIEE desde 1993 e destacou a evolução do evento como espaço de negócios, debates e networking. Ele apresentou as iniciativas do grupo, incluindo a revista O Setor Elétrico. Segundo Adolfo, a curadoria do primeiro dia de congresso trouxe debates técnicos fundamentais para o futuro do setor.

“A FIEE é um espaço único que reúne pessoas, conhecimento e inovação. Para nós, é motivo de orgulho trazer esse trabalho de curadoria, apresentando tendências e transformações que estão moldando o setor elétrico. O nosso papel é contribuir com informação de qualidade e promover o diálogo entre os diferentes atores dessa cadeia”, afirmou.

O curador do congresso e editor da revista, Edmilson Freitas, detalhou a programação do primeiro dia, destacando a inovação como motor de desenvolvimento da indústria eletroeletrônica. Ele ressaltou que o evento abordará temas centrais da agenda do setor elétrico brasileiro, como Indústria 4.0, inteligência artificial aplicada, infraestrutura crítica de data centers, regulação, sustentabilidade e impactos do comércio internacional.

“O Congresso da Indústria Eletroeletrônica é um espaço para discutir as tendências tecnológicas, regulatórias e mercadológicas que vão moldar o futuro do setor elétrico. A inovação é o motor dessa transformação, e nossa missão é trazer os principais especialistas para debater desafios e apontar caminhos para fortalecer a competitividade da indústria”, apontou Freitas.

Economia e energia

Na palestra “Geopolítica, economia e energia: o que esperar da próxima década?”, o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, avaliou que o mundo atravessa um período de transição. Ele apontou que os Estados Unidos enfrentam um grave problema fiscal, sem sinais de solução devido à polarização política. A dificuldade em promover ajustes pode levar a juros mais altos, dólar mais fraco e inflação persistente, aproximando o país da realidade de economias emergentes.

Nesse contexto global, ele sinaliza que o Brasil pode se beneficiar e que o cenário é relativamente favorável, visto que o país não enfrenta tensões geopolíticas, dispõe de ativos estratégicos, tem condições de consolidar crescimento interno e expansão do consumo nos próximos anos. 

Sérgio destacou também a relevância de eventos como a FIEE para acompanhar a transformação da indústria eletroeletrônica e o avanço da presença chinesa no mercado brasileiro, que traz desafios e oportunidades para a indústria local e para consumidores.

“Com os Estados Unidos perdendo espaço como referência mundial, entramos em uma era de juros altos e maior incerteza global. O Brasil, apesar das dificuldades, tem a chance de se destacar, aproveitando seus ativos e mantendo um caminho de estabilidade e crescimento”, explicou Sérgio Vale.

O Congresso da Indústria Eletroeletrônica, em sua primeira edição, reafirmou o papel da FIEE como um polo de inovação, conhecimento e negócios para o setor elétrico, reunindo especialistas, empresas e investidores em busca de tendências que vão moldar os próximos anos da indústria no Brasil e no mundo.