Cenário externo incerto e inflação no Brasil: como deverá ser 2023 para a indústria elétrica e eletrônica?

Levantamento da Abinee aponta dado positivo: 58% de empresas do setor preveem vendas em alta

Créditos da imagens: Gerd Altmann from Pixabay

O cenário externo deverá seguir apreensivo em 2023 para a indústria nacional. Motivos não faltam: entre eles estão os recentes ‘lockdowns’ em regiões da China, por conta do aumento de casos de covid, e os conflitos entre a Rússia e Ucrânia que seguiram em dezembro. 

Por conta disso, é de se esperar crescimentos mais modestos no ano que se inicia, principalmente nos Estados Unidos, países da Europa e até na China. 

Entretanto, mesmo diante um cenário desses, a indústria eletroeletrônica compartilha de projeções otimistas. 

É o que revela sondagem da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee)

Conforme dados do levantamento, 58% das empresas do setor projetam crescimento para as vendas da indústria elétrica e eletrônica para 2023. 

É certo que este resultado foi 13 pontos percentuais abaixo do apontado em pesquisa anterior da entidade, que ficou em 71%. Ainda assim, revela otimismo. 

O mesmo levantamento destaca que 33% das empresas do setor esperam estabilidade nas vendas, enquanto 9% estimam queda ao longo dos próximos meses. 

Clique aqui para acessar a sondagem na íntegra. 


A questão dos semicondutores

Vale lembrar que assim como outras, a indústria elétrica e eletrônica é dependente da importação de semicondutores. 

Pois essa dependência, que foi quase fatal nos anos de pico da pandemia (2020 e 2021), deu uma trégua em meados de 2022. Mas a situação está longe da normalidade e segue afetando a produção. 

É o que revela o levantamento da Abinee. Para a maioria dos entrevistados (61%), a normalidade no abastecimento de componentes semicondutores deverá vir em 2023. 

Mais: para 33% deles, essa normalidade se dará no primeiro semestre, enquanto que para 28% isso ocorrerá na segunda metade do ano. 

Enfim, para 15% dos participantes a normalidade só ocorrerá a partir de 2024. Para outros 19%, não há previsão para o fim dessa novela. 

Confira as expectativas dos empresários: 

 

Ilustração/gráfico: Abinee

 

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Inflação e projeções

Enfim, por meio de análise de conjuntura, a Abinee traz à tona a questão da inflação em 2023. 

Segundo Celso Luiz Martone, diretor da área de Economia da entidade, “a perspectiva da taxa de inflação para 2023 ainda é nebulosa''.

Vale lembrar que o documento com a avaliação foi divulgado em setembro, quando, então, a expectativa era de uma inflação de 5% em 2023. 

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Ainda sobre 2023, a Abinee destaca que o setor eletroeletrônico espera um crescimento nominal de 5% no faturamento, ou seja R$ 231 bilhões. Descontada a inflação, o setor espera registrar estabilidade no indicador. 

No tocante à produção, é projetada alta de 1$% e aumento de 2% no nível de emprego, que deve passar de 270 mil para 275 mil trabalhadores. 

Por sua vez, as exportações devem crescer 2% (US$ 6,8 bilhões) e as importações avançaram 3% (US$ 47,3 bilhões).

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