Por que a Green Eletron é tão estratégica para o setor eletroeletrônico
Por Delcy Mac Cruz
Entidade, que tem 109 associados, planeja chegar a 5 mil pontos de entrega de eletrônicos até 2025.
Créditos das imagens: Divulgação
Ela foi criada em 2016 pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) como resposta à crescente demanda de empresas, governo e sociedade pela criação de alternativas estruturadas para a coleta e tratamento adequado dos eletroeletrônicos no fim da sua vida útil.
É a Green Eletron - Gestora para Logística Reversa de Equipamentos Eletrônicos.
Logística Reversa? De que se trata?
É o sistema que viabiliza o descarte, coleta, reciclagem e reaproveitamento adequados de bens de consumo sem mais utilidade (leia mais a respeito aqui).
Assim, a Green tem como objetivo principal ajudar as empresas no atendimento à lei 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Como?
Com a criação de um sistema coletivo para operacionalizar a logística reversa de suas associadas de forma eficiente e econômica.
Em suma, a entidade contrata e coordena os serviços de coleta, transporte e a destinação final ambientalmente adequada dos eletroeletrônicos descartados.
Com um detalhe: nessa gestão, a Green Eletron garante a suas associadas confiabilidade e segurança no atendimento às exigências legais.
Por aí se vê como a entidade é estratégica para o setor eletroeletrônico.
Em tempo: a Green Eletron participa da 30ª edição da Feira Internacional da Indústria Elétrica, Eletrônica, Energia, Automação e Conectividade FIEE), que acontecerá de 18 a 21 deste mês de julho em São Paulo.
Para saber detalhes e projeções sobre a Green Eletron, entrevistamos Ademir Brescansin, gerente executivo da entidade.
Qual é o balanço da Green Eletron desde sua criação?
Ademir Brescansin - A Green Eletron é uma entidade relativamente nova, na ativa desde 2016.
De lá pra cá, temos aplicado nossos esforços em duas frentes: a conscientização da indústria sobre a importância da logística reversa de eletroeletrônicos, uma vez que é uma lei, e a aproximação da população também, para promover a adoção de hábitos sustentáveis no cotidiano.
Temos sido muito bem sucedidos nessas duas estratégias, já que cada vez mais percebemos o interesse das empresas pelo desenvolvimento sustentável e pela adequação às novas leis, ao passo que o consumidor já exige muito mais esse engajamento das marcas que consome.
Qual o número atual de associados da Abinee e de fora dela?
Ademir Brescansin - Atualmente, 109 empresas (distribuidoras, fabricantes e importadoras) de eletroeletrônicos e pilhas de todo o Brasil são associadas ao sistema da Green Eletron.
Há uma estimativa de quantos associados entrarão na Green Eletron nos próximos anos?
Ademir Brescansin - Como se trata de uma decisão de negócios das próprias companhias, não temos como precisar quantas empresas poderão se associar nos próximos anos.
Mas nossa expectativa é de que esse número continue crescendo, principalmente porque nosso país possui centenas ou milhares de empresas que fabricam, importam, distribuem ou comercializam produtos eletroeletrônicos e pilhas e que precisam se adequar à legislação, que também avança.
Como está a criação do sistema coletivo para operacionalizar a Logística Reversa de Equipamentos Eletroeletrônicos?
Ademir Brescansin - Até o momento, a Green Eletron tem instalados mais de 1.161 pontos de entrega de eletroeletrônicos em 266 cidades de 24 estados e no Distrito Federal.
Exclusivamente de pilhas, são mais de 8.390 pontos de coleta em 1.100 cidades de todos os estados brasileiros.
E daqui para frente?
Ademir Brescansin - Com a meta definida pelo Acordo Setorial para a Logística Reversa de Produtos Eletroeletrônicos e reforçado pelo Decreto Federal nº 10.240, assinado em fevereiro de 2020, esperamos, em conjunto com fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, de forma individual ou coletiva, instalar mais de 5.000 PEVs (pontos de entrega voluntária) nas 400 maiores cidades do Brasil até 2025 e coletar e destinar 17%, em peso, dos produtos colocados no mercado em 2018.
Para os anos posteriores, novas metas de abrangência, coleta e reciclagem deverão ser definidas.
Pode-se dizer que o objetivo da Green em auxiliar no atendimento à lei 12.305/2010 está inserido às práticas ESG?
Ademir Brescansin - Sim, completamente. O mundo está cobrando das companhias ações de ESG e a logística reversa é uma parte fundamental das iniciativas ambientais, mas também com impacto nas sociais.
Assim, além de cumprir seu papel, elas trazem ao negócio um diferencial competitivo, visando atender ao consumo consciente (movimento em alta no Brasil em que o cidadão dá preferência às marcas comprometidas com as causas).
Fazer a gestão dos resíduos sólidos é um caminho sem volta, mas já conseguimos no Brasil fazer essa gestão com redução de custos?
Ademir Brescansin - É possível sim, principalmente se as empresas se associarem a um sistema coletivo de logística reversa, como é o caso da Green Eletron.
Por meio dele, os custos são divididos proporcionalmente entre as empresas associadas e a gestão do sistema é responsabilidade da entidade gestora.
A colaboração das empresas é aplicada em custos administrativos e de investimentos em estrutura, transporte e destinação dos produtos descartados.
Com isso, é possível tornar o sistema de logística reversa de eletroeletrônicos de uso doméstico mais justo e barato para todos.
Como estamos em relação ao descarte correto de elétricos e eletrônicos?
Ademir Brescansin - A reciclagem das pilhas gastas e aparelhos elétricos ou eletrônicos já é uma realidade e contribui muito para um futuro mais sustentável.
No entanto, só conseguimos realizá-la com a ajuda de toda a população se interessando e descartando de forma correta e em locais adequados.
Segundo dados da Universidade das Nações Unidas, todos os anos cada brasileiro descarta cerca de 10 kg desse tipo de resíduo.
Convidamos todos a olharem em suas casas e procurarem o que não utilizam mais - aquele fone de ouvido, liquidificador velho, aparelho de VHS, celulares, câmeras, etc - e assim será possível entender o quanto acumulamos, sem necessidade. Por isso também é importante refletir e, claro, procurar o Ponto de Entrega Voluntária (PEV) mais próximo.
Convidamos também que nos sigam nas páginas institucionais da Green Eletron e do Movimento Eletrônico Não É Lixo, em que buscamos responder dúvidas e promover a educação ambiental de forma mais didática e simples, para facilitar a compreensão.
Como será a participação da Green Eletron na FIEE?
Ademir Brescansin - Nesta edição do evento, a Green Eletron estará presente no estande da Abinee, sua fundadora, para contar sobre sua atuação e tirar dúvidas dos visitantes.
Além disso, a gestora vai disponibilizar um coletor na entrada principal do evento, para que eles possam fazer o descarte ambientalmente correto de seus produtos elétricos, eletrônicos e pilhas quebrados ou que não têm mais utilidade.
O Ponto de Entrega Voluntária (PEV) tem capacidade para receber aparelhos pequenos e médios, como computadores, celulares, panelas elétricas, secadores de cabelo, fones de ouvido, pen drives, pilhas e baterias portáteis de 9v, por exemplo, entre outros. Nesta lista é possível consultar outras opções.
Como estamos em relação ao descarte correto de elétricos e eletrônicos?
Ademir Brescansin - A reciclagem das pilhas gastas e aparelhos elétricos ou eletrônicos já é uma realidade e contribui muito para um futuro mais sustentável.
No entanto, só conseguimos realizá-la com a ajuda de toda a população se interessando e descartando de forma correta e em locais adequados.
Segundo dados da Universidade das Nações Unidas, todos os anos cada brasileiro descarta cerca de 10 kg desse tipo de resíduo.
Convidamos todos a olharem em suas casas e procurarem o que não utilizam mais - aquele fone de ouvido, liquidificador velho, aparelho de VHS, celulares, câmeras, etc - e assim será possível entender o quanto acumulamos, sem necessidade. Por isso também é importante refletir e, claro, procurar o Ponto de Entrega Voluntária (PEV) mais próximo.
Convidamos também que nos sigam nas páginas institucionais da Green Eletron e do Movimento Eletrônico Não É Lixo, em que buscamos responder dúvidas e promover a educação ambiental de forma mais didática e simples, para facilitar a compreensão.
Ademir Brescansin
Gerente Executivo da Green Eletron
Engenheiro Mecânico, Mestre em Gestão Ambiental & Sustentabilidade. Experiência de 22 anos em multinacional do setor eletroeletrônico, atuando nas áreas de Sustentabilidade, Relações Institucionais, Engenharia e Desenvolvimento de Produtos e Certificação de Produtos e Sistema.