Mercado de nuvem: por que ele deve crescer em 2024 (também no Brasil) graças a IA generativa
Por Delcy Mac Cruz
Avanços recentes dessa inteligência artificial atraem consumidores industriais e a armazenagem remota de dados ganha espaço.
Crédito da imagem: RawPixel/FreePik
O avanço do mercado global de nuvem computacional, que integra redes de servidores com serviços remotos como armazenamento e processamento de dados, tende a deslanchar em 2024.
Por que 2024?
Porque a expectativa é de que no próximo ano cresçam, também no Brasil, projetos de inteligência artificial generativa.
Mas por que o mercado de nuvem tende a avançar com a IA generativa?
A resposta, segundo profissionais do setor, é uma só: não existe IA sem a generativa.
Antes de seguir adiante, vale destacar que, em síntese, a IA generativa se refere ao uso de IA para criar novos conteúdos, como texto, imagens, música, áudio e vídeos.
Ela usa modelos de base (modelos de IA grandes) passíveis de executar várias tarefas ao mesmo tempo e realizar tarefas prontas para uso, incluindo, entre outras, resumo, perguntas e respostas (leia mais a respeito dela aqui).
É aí que entram os serviços remotos de armazenagem, ou nuvem.
Como assim?
Eles conseguem oferecer a carga necessária para suportar grandes modelos de linguagem (os LLMs, na sigla em inglês), que são a base de assistentes de IA generativa.
Exemplos desses assistentes: Bard, do Google; ChatGPT, da OpenAI; ou o Claude, da Anthropic.
Diante desses assistentes, há projetos e projetos em desenvolvimento em IA generativa também no Brasil. Eles focam atendimento ao cliente em setores como o aéreo, automotivo, telefonia, manufatura e industrial - o que inclui a indústria eletroeletrônica.
É por isso que o mercado de nuvem torce pela entrada de 2024, quando esses projetos - e muitos outros - deverão ser implantados Brasil afora.
Aportes de US$ 65 mi
Mas vale mencionar que, em termos globais, o mercado de nuvem não pode reclamar.
No primeiro trimestre deste ano, as despesas das empresas com serviços de infraestrutura na nuvem somaram US$ 65 milhões em todo o mundo, US$ 10 milhões acima do investido em igual período de 2022, destaca estudo da consultoria russa Synergy Research.
Esse ritmo de investimento só tende a avançar, também no Brasil.
Para tanto, as players em infraestrutura na nuvem Google, Microsoft e Amazon Web Services (AWS) torcem, juntas, para que a IA generativa impulsione o mercado em 2024.
IA generativa permite realizar tarefas com facilidade
Por meio de artigo no blog da AWS, o estrategista empresarial da empresa, Mark Schwartz, relata porque a IA generativa é empolgante.
“Avanços recentes na IA generativa nos mostram que modelos básicos extremamente grandes são práticos e poderosos e podem ser ajustados com bastante facilidade para realizar tarefas importantes”, escreve.
“Mesmo aqueles que estão na vanguarda da pesquisa de IA não tinham certeza até recentemente de quão convincente poderia ser o conteúdo de linguagem natural gerado até mesmo por um modelo extremamente grande, muito menos o tamanho desse modelo.”
Em outro trecho, destaca: “a IA generativa mudará a forma como pensamos em resolver uma ampla variedade de desafios de negócios e missões.”
Enfim, “inovar com IA generativa é mais do que apenas encontrar usos para chatbots.”
Tarefa de integração
“Incorporar a IA generativa às formas distintas de sua empresa de fornecer valor aos clientes é uma tarefa de integração: a IA generativa deve ser contínua com seus aplicativos de TI diários”, relata.
“Com seus outros aplicativos de negócios em execução, a nuvem pode fornecer recursos de integração por meio de ferramentas como o Amazon API Gateway, serviços de análise, data lakes e movimentação assíncrona de dados.”
“E você irá desejar que suas políticas de autenticação e autorização sejam consistentes em todos os seus recursos de TI, incluindo a IA generativa”, atesta.