Open RAN: 5 destaques sobre como vai o avanço dessa arquitetura no Brasil 

Estratégica para as operadoras de telecom, ela acelera inovação, reduz custos e permite maior segurança cibernética 

Crédito da imagem: Anatel

Que a  arquitetura Open RAN é vital para as telecomunicações, disso ninguém duvida seja no Brasil ou em outro país.

Por aqui, aliás, foi constatada forte movimentação da indústria para mostrar a viabilidade dessa arquitetura.

Relatório apresentado no fim de 2022 pela Universidade de Brasília (UnB) atesta o desenvolvimento de novas soluções de hardware, em especial desagregação vertical entre hardware (COTS), e software, estabelecendo novas parcerias, realizando ensaios e construindo as primeiras redes ditas Open RAN. (acesse o relatório aqui

 

Antes de seguir adiante, o que é mesmo Open RAN?

Significa Rede Acesso de Rádio Aberta (Open Radio Access Networks), arquitetura de rede que desagrega os componentes.

A proposta, aqui, é “abrir a RAN”, ou seja, padronizar as interfaces, facilitando a entrada de novos desenvolvedores de tecnologia para a RAN no mercado e a implementação de novas soluções.

Em síntese, trata-se de mudança fundamental na forma como as redes de telecomunicações são projetadas e gerenciadas.

 

O blog da FIEE lista a seguir 5 destaques sobre como está o avanço dessa arquitetura no Brasil.

 

1 - Benefícios para operadoras de telecom

Dentre os benefícios identificados, e que estão em sintonia com as expectativas das operadoras do sistema de telecomunicações móveis, o relatório da UnB aponta:

 

-       redução de TCO (Total Cost of Ownership ou Custo Total de Propriedades), indicador do total de custos relativos à aquisição de um produto ou equipamento

-       aceleração de inovação

-       novas receitas

-       diversificação e maior competitividade entre fornecedores

-       maior resiliência da rede

-       maior segurança cibernética devido ao emprego de interfaces abertas, acessíveis, monitoráveis e controláveis

-       maior rapidez na implantação e na atualização de soluções

-       melhor controle do ciclo de vida das soluções implantadas. 

 

2 - Boas perspectivas ao 5G

No estudo, a UnB aponta que o Brasil possui capacidade para o desenvolvimento de software já com boas perspectivas relacionadas ao 5G.

Entretanto, “competências devem ser desenvolvidas para potencializar oportunidades.”

“O 5G pode ser considerado um exemplo de ecossistema em que vem havendo uma evolução das soluções até então centradas em hardware para soluções centradas em software.”

 

3 - Capacitação e treinamento

As indicações são de que o Open RAN está em sintonia com essa tendência, e promove mecanismos – interfaces abertas, código livre.

Mas, para tanto, é preciso capacitação e treinamento de equipes, que pode ser acelerada com a criação de novos perfis técnicos, tanto em escolas técnicas quanto em universidades. 

 

4 - Iniciativa de cooperação técnica

Vigora desde dezembro de 2023 o projeto “Laboratório de Tecnologias Abertas”, resultante do Projeto “Estratégias para novas tecnologias e Open RAN”, da Anatel.

No caso, a iniciativa compreende a cooperação técnica com a UnB para implantar ambiente laboratorial para desenvolver estudos, simulações computacionais de compatibilidade e convivência entre sistemas de radiocomunicação. 

 

5 - Aposta em pesquisas 

Em fevereiro deste ano, a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) anunciaram o investimento total de R$ 150 milhões em dois Centros de Competência Embrapii localizados em Campinas (SP) e na capital paulista.

A parceria prevê R$ 75 milhões da Fapesp para pesquisas nas áreas de Open RAN e Terapias Avançadas, cujo foco é impulsionar pesquisas estratégicas para o país em áreas de fronteira tecnológica (leia mais a respeito aqui). 

 

6 - Aliança internacional

Em reunião no começo deste mês de março, o Conselho Consultivo da Anatel detalhou novidades sobre o Open RAN.

Abraão Albino, superintendente executivo da Agência, fora a parceria com a UnB, ele relata a intenção da Anatel de integrar aliança internacional para estímulo de tecnologias abertas, e que o 6G seja aberto por padrão. “O que é super desafiador, pois implica desconstruir o modelo atual”, disse.

Conforme ele, há um memorando de entendimento com o Japão para a promoção da interoperabilidade em equipamentos de telecomunicações móveis. (leia mais sobre o assunto aqui)