Indústria eletroeletrônica retoma confiança na economia

É o que revela indicador da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

Crédito da imagem: Michal Jarmoluk

O setor eletroeletrônico está novamente confiante. Prova disso é o resultado do Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), apurado mensalmente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

No indicador de fevereiro, o resultado geral da indústria eletroeletrônica ficou em 51,1. Dentro do setor, a área elétrica registrou 53,5, ante 48,4 da eletrônica. Em resumo, o ICEI varia de 0 a 100 pontos, sendo que valores acima de 50 pontos mostram confiança do empresariado. Abaixo de 50 é falta de confiança. 

Conforme a CNI, o levantamento de fevereiro foi positivo em 19 dos 29 setores avaliados. Segundo a entidade, a melhora foi puxada por expectativas mais otimistas em relação aos próximos seis meses. Foram consultadas 1.979 empresas entre 1º e 9 de fevereiro. Clique aqui para mais informações. 

 

 

 

Vale lembrar que, como destaca a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), “mesmo com a evolução do ICEI do setor em fevereiro, ele ficou 4,4 pontos abaixo do registrado em fevereiro de 2022, que estava em 55,5 pontos.”

Acréscimos significativos 

O saldo do ICEI de fevereiro, conforme relata a Abinee, traz “acréscimos significativos na confiança do empresário, tanto da área elétrica, quanto na área eletrônica.” Na área elétrica, por exemplo, o ICEI avançou 5,4 pontos, saindo de 48,1 em janeiro para 53,3 em fevereiro. Comparando o mesmo período, na eletrônica o incremento foi de 5,1 pontos (43,3 para 48,4 pontos).

“No caso da área eletrônica, mesmo com a melhora apontada em fevereiro, o índice de confiança permaneceu abaixo de 50 pontos, indicando falta de confiança do empresário industrial”, pondera a entidade em relato

Confira o comparativo do ICEI do setor:

Fonte: Abinee

Qual o motivo da melhora na confiança?

Segundo a CNI, a melhora na confiança do empresário da indústria eletroeletrônica foi influenciada, principalmente, pelo maior otimismo em relação aos próximos seis meses. “Há uma reflexão disseminada de que a empresa estará melhor no futuro”, destaca em relato o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo. “No entanto, os dados mostram que ainda não foi possível recuperar a queda de confiança ocorrida nos últimos três meses.”

Confira as projeções atualizadas para 2023

Tem mais: em atualização divulgada em 27 de fevereiro, o Departamento de Economia (Decon) da Abinee atesta projeções para 2023. Entre outras estimativas, o faturamento do setor eletroeletrônico deverá crescer 5% sobre 2022 em reais e 3% em dólares. 

As exportações tendem a avançar 2%, enquanto as importações estimadas crescerão 3%. Conforme a atualização, o número de colaboradores tende a aumentar em 2% sobre 2022. Por fim, os investimentos em reais deverão subir 6%.

Atualização das projeções para o setor:

 

Fonte: Decon/Abinee

Sondagem aponta desafios

É preciso lembrar que a confirmação das projeções do setor depende de toda uma cadeia de suprimentos. 

Na mais recente Sondagem Conjuntural do setor eletroeletrônico, divulgada em janeiro pela Abinee, 44% das empresas pesquisadas relataram dificuldades na aquisição de componentes e matérias-primas em função da falta desses itens no mercado. “É importante lembrar que esse resultado refere-se aos entraves da falta de componentes e de matérias-primas no mercado”, relata a entidade. Outro entrave apontado pela sondagem é a elevação de 40% para 47% no número de informantes que seguem sentindo pressões acima do normal nos custos de componentes e matérias-primas. “Apesar deste aumento, com exceção do mês de dezembro de 2022, este foi o menor percentual desde o início da pandemia, em março de 2020 (quando foi de 43%)”, descreve. Por fim, relata que este percentual chegou a superar 90% das indicações em meados de 2021.