Por que o mercado de geração eólica offshore tem potencial, tem mercado, mas patina no Brasil
Por que o mercado de geração eólica offshore tem potencial, tem mercado, mas patina no Brasil
Energia renovável também é matéria-prima para gerar hidrogênio verde
Crédito da imagem: Mitchell Orr na Unsplash
As projeções para o mercado de geração eólica offshore (fora de terra firme) são gigantescas no Brasil.
Dada a qualidade e o potencial de ventos no país, existe a capacidade de se produzir 700 gigawatts (GW), ou seja, 3,6 vezes a capacidade total de energia elétrica já instalada e conectada ao Sistema Interligado Nacional (194 GW).
Os números integram levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado em setembro de 2023 pela Agência Brasil.
Pedidos de licenciamento - Não é a toa que as empresas iniciaram corrida por licenciamentos para essas usinas eólicas no mar.
No mesmo estudo, a CNI destaca que até o fim de agosto do ano passado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tinha 78 pedidos de licenças para esses empreendimentos que, somados, têm potencial de 189 GW.
Matéria-prima para hidrogênio verde - O apetite pela eólica offshore chega também ao tão falado hidrogênio verde (H2V).
Candidato a substituir o gás natural junto a setores intensivos, o H2V é gerado a partir da eletrólise, cujo insumo fundamental é a eletricidade renovável - caso da eólica.
Segundo a fornecedora global de dados e análises para a transição energética Wood Mackenzie, até 2050 o Brasil responderá por cerca de 6% do suprimento total de H2V do mundo, com o mercado ganhando escala após 2030.
Sendo assim, relata a Wood, o H2V é um trampolim a longo prazo para o Brasil, e a América Latina, investirem em eólicas offshore.
Barreira no meio do caminho - Apesar do cenário otimista, a geração eólica offshore enfrenta barreiras.
A principal delas é a ausência da definição de marco regulatório.
Sem ele, falta garantia para os investidores e para o mercado em si.
Marco de idas e vindas - Pois o marco regulatório do aproveitamento energético offshore é instituído pelo PL 5.932/2023 (Substitutivo-CD).
O texto define regras para a exploração de energia eólica, solar ou das marés em alto-mar e também em corpos de água internos, como lagos.
Segundo a Agência Senado, aprovado na Câmara em novembro de 2023 na forma de um substitutivo, o texto voltou à análise do Senado.