Por que o microgrid veio para ficar como solução energética

Ela é estratégica ao atuar em descarbonização, descentralização e digitalização.

Crédito da imagem: Gerd Altmann from Pixabay 

Que descarbonização, descentralização e digitalização formam um tripé de prioridades não é novidade para ninguém, seja no Brasil, Portugal ou na China. 

Em linha com isso, qualquer solução energética cuja missão é integrar esse tripé é mais do que bem-vinda. 

É aí que entram os microgrids.

De forma bem resumida, trata-se de microrredes: sistemas de distribuição de eletricidade que contêm cargas e recursos de energia distribuídos que podem ser operados de forma controlada e coordenada quando conectados à rede principal ou isolada. Ou seja, a solução vai de encontro à  descentralização, que forma o tripé do início deste texto. 

Tem também a descarbonização: o microgrid ajuda a reduzir a emissão de poluentes porque, para citar um exemplo, se a unidade industrial está instalada em região movida a gerador cujas fontes são eólica, solar a diesel, a rede localizada escolherá as renováveis (vento e sol). 

No caso do derivado de petróleo - e grande emissor de poluentes -, ele só será acionado em momentos de necessidade.

O terceiro integrante do tripé (digitalização) pode ser exemplificado com a gestão da autoprodução de energia, hoje tão comum Brasil afora, também conhecida por geração distribuída (GD). 

Dotado de ‘inteligência’, o microgrid permite que o autoprodutor gere sua própria energia e continue conectado à concessionária. Isso, há pouco tempo, exigia tempo e dinheiro. 

Hoje, se o consumidor gera mais energia do que consome, o microgrid faz com que o excedente seja inserido na rede da concessionária. Daí, essa eletricidade irá para outros consumidores e quem a produziu recebe um desconto nas próximas contas de luz. 

Atuação em frentes estratégicas

Empregado há anos, o microgrid não é bem uma novidade. Novidade, no caso, são as frentes abertas por essa solução. 

Uma delas é atuar como ‘mini-usina de energia’ para atender consumidores em situações nas quais há problemas de suprimento pelas concessionárias. 

Tome-se o exemplo de propriedade rural criadora de suínos localizada longe das linhas de transmissão de energia.

Neste caso, a microrrede opera de forma isolada, sem conexão com a rede, e pode utilizar, como matéria-prima, eletricidade gerada a partir do biogás feito de resíduos de animais. 

É evidente que a citação é de propriedade produtora de biogás, fonte alternativa de energia que avança em sistemas de produção de suínos, já que geram grandes quantidades de dejetos a serem tratados e convertidos no gás renovável. 

Voltando ao exemplo da propriedade com biogás, de uma só tacada o microgrid permite segurança energética, qualidade no fornecimento e confiabilidade. 

Luz para quem não tem acesso

Mais: novos mercados globais se abrem para as microrredes.

Dados das Nações Unidas destacam que pelo menos 733 milhões de pessoas viviam, em 2022, em regiões sem energia elétrica disponível (leia mais aqui). 

O número equivale a pouco menos de 10% da população mundial e, sim, é possível levar luz a esses moradores. Uma solução são os microgrids, gerando energia a partir de fontes renováveis como a fotovoltaica (solar). 

Este é apenas um exemplo de negócios a serem contemplados pelas microrredes de energia. 

Vale lembrar que a lista de potenciais negócios inclui, entre outras, redes descentralizadas para abastecer frotas de veículos elétricos que, logo logo, estarão rodando em estradas, fazendas e outras localidades distantes de abastecimento das concessionárias. 

Enfim, as possibilidades dos microgrids também estão na pauta do AbineeTEC, evento de apresentações técnicas  focado em tendências, inovações e soluções para um futuro mais conectado, tecnológico, sustentável, produtivo e eficiente para as indústrias. 

No caso, o AbineeTEC é realizado junto a FIEE, único evento do Brasil a apresentar equipamentos, produtos, soluções e tendências em instalações elétricas e eletrônicas para a indústria de todos os segmentos. 

Com mais de 60 anos de tradição, a FIEE tem parceria e curadoria da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE)