Renovar a vida útil de ativos de transmissão aquece mercado de fornecedores
Renovar a vida útil de ativos de transmissão aquece mercado de fornecedores
Eles devem participar de recente contrato aprovado pela Eletrobras para revitalizar as estruturas das redes
Foto: Raízen / Delcy Mac Cruz
Assim como os ativos industriais, os equipamentos de transmissão de energia elétrica também se desgastam com o passar do tempo.
É um desgaste que passa até despercebido a olho nu, mas coloca em risco o que não pode ser colocado em risco.
É o caso, por exemplo, da rede do Sistema Interligado Nacional, o SIN, que integra a produção e transmissão de eletricidade entregue pelas distribuidoras.
Para se ter ideia, o SIN tem a maioria da capacidade produtiva ancorada por usinas hidrelétricas distribuídas em 16 bacias hidrográficas.
Já pensou essa estrutura sofrer alguma falha?
Eventos climáticos
Não é só o desgaste provocado pelo tempo.
Os ativos de transmissão também sofrem com os eventos climáticos e de seca que, pelo visto, vieram para ficar.
Outro ingrediente considerado novo e que exige resiliência dessa estrutura é o avanço das energias renováveis intermitentes, caso da eólica e da solar.
O que fazer a respeito?
A resposta é uma só: revitalizar esses ativos de transmissão de energia.
Tome o caso da estrutura da Eletrobras, maior geradora e distribuidora do país, nascida como estatal em 1962 e privatizada em 2022 (leia mais a respeito aqui).
Só para ficar em um exemplo, apenas em linhas de transmissão para grandes consumidores, a antiga estatal tem 69 mil quilômetros, ou 37,5% do total de linhas espalhadas pelo território nacional.
Contratos de revitalização
Em linha com tudo isso, a Eletrobras formalizou no começo de setembro último contratos com a Siemens Energy para revitalizar ativos de transmissão.
Orçados em R$ 300 milhões, os contratos são exemplo de como a renovação dos ativos aquece, também, a indústria de fornecedores de bens e serviços para o setor.
10 destaques
O blog FIEE lista a seguir 10 destaques desses contratos a partir de informações divulgadas pelas empresas e pelo Valor (acesse aqui a íntegra do conteúdo do jornal).
1 - Prazo de conclusão dos projetos: segundo semestre de 2027
2 - Objetivo: garantir maior resiliência e segurança energética, além de ampliar a capacidade de escoamento de energia
3 - Um dos contratos prevê a modernização da subestação Grajaú, que atende por quase 40% do abastecimento de energia da cidade do Rio de Janeiro
4 - Envolve, também, a substituição de equipamentos do sistema de Subestação Isolada a Gás (GIS) por tecnologias mais eficientes em custos de operação, manutenção e potenciais emissões de carbono
5 - Na região Nordeste do país, a contratada fornecerá novos bancos série de compensação reativa (FSC) para a linha de transmissão da Eletrobras em Imperatriz (MA).
6 - Programada para o fim de 2025, essa entrega permitirá que os equipamentos para a linha maranhense sejam utilizados para garantir maior estabilidade ao sistema elétrico, ao mesmo tempo em que aumentam a capacidade de transmissão.
7 - Mais: a contratada também instalará 46 novos disjuntores, que deverão garantir ganhos de resiliência também em territórios no Maranhão, Pará, Mato Grosso e Rondônia.
8 - Outra iniciativa prevê o fornecimento de um sistema de monitoramento online de gases dissolvidos em óleo isolante para os transformadores do sistema de corrente contínua em alta tensão (HVDC) nas subestações Coletora, em Porto Velho (RO) e Araraquara (SP).
9 - Esse projeto permitirá a disponibilização em tempo real de dados para o Centro de Monitoramento de Ativos da Eletrobras Eletronorte, em Brasília. Assim, será possível obter maior previsibilidade com relação às manutenções dos transformadores de potência, trazendo mais confiabilidade e segurança operacional, das pessoas e do meio-ambiente.
10 - Parte das soluções que serão fornecidas à Eletrobras são desenvolvidas no Brasil pela Siemens Energy, como os disjuntores e os bancos série de compensação reativa, enquanto outras são desenvolvidas fora, na Alemanha.