Por que é preciso crescer (e rápido) a estrutura de eletropostos no país
Por que é preciso crescer (e rápido) a estrutura de eletropostos no país
Número de estações de carregamento supera 10 mil para uma frota que deve fechar o ano com 400 mil veículos
Foto: Divulgação / Delcy Mac Cruz
A frota brasileira de veículos leves eletrificados deve fechar o ano próxima da marca de 400 mil unidades, estima a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
A projeção é expressiva e confirma que o avanço dessa frota no país.
O presidente da entidade, Ricardo Bastos, destaca: “o aumento das vendas de eletrificados puxa um amplo ecossistema de empresas associadas à eletromobilidade nas principais regiões do país” (leia mais a respeito aqui).
Entre os ‘atores’ desse ecossistema estão as empresas da infraestrutura de recarga elétrica.
É aí que entram os eletropostos, como são denominadas as estações de carregamento.
Essas carregam tanto veículos EV (100% elétricos) e os PHEV (híbridos com carregamento externo).
Como está a implantação de eletropostos?
Em relato, o presidente da ABVE explica que a infraestrutura de recarga “já superou a marca simbólica de 10 mil eletropostos em agosto.”
“O aumento [dessa infraestrutura] tem permitido que os veículos elétricos (BEV e PHEV) ganhem força e aumentem sua participação no mercado automotivo brasileiro.”
Tendência no curto e médio prazo
Para levar em conta o avanço da frota de eletrificados, é preciso ter igual avanço na implantação de eletropostos, certo?
Sim, sim.
Em publicação em seu perfil no LinkedIn, Hudson Zanin, professor e pesquisador na Unicamp, descreve observações relacionadas aos eletropostos.
O blog FIEE lista a seguir destaques das observações de Zanin:
Desafios: “a expansão da infraestrutura de carregamento ainda é um dos maiores desafios para garantir a adoção em larga escala.”
Distribuição desigual: “regiões como Norte e Nordeste ainda carecem de estações de recarga, o que limita o acesso à mobilidade elétrica em todo o país.”
Confiabilidade: há pontos de recarga que enfrentam problemas de manutenção.
Tempo de carregamento prolongado: muitos dos carregadores instalados são de baixa potência (AC), “insuficientes para veículos comerciais e viagens longas.”
Complicação: diferentes sistemas de pagamento e padrões dificultam o uso universal das estações.
Oportunidades e soluções
Expansão estratégica: “uma política nacional que incentive a instalação de carregadores rápidos em regiões pouco atendidas pode equilibrar a acessibilidade.”
Regulamentação e padronização: “a criação de normas claras para conectores e sistemas de pagamento é crucial para reduzir a fragmentação e melhorar a experiência do usuário.”
Incentivos públicos-privados: “modelos de financiamento que combinem incentivos fiscais e parcerias privadas podem acelerar a instalação de carregadores de alta potência e garantir a manutenção da infraestrutura.”
Enfim, segundo Zanin, “a mobilidade elétrica é complementar ao uso de biocombustíveis.”
“Precisamos de investimentos estratégicos privados e soluções inovadoras para superar esses desafios e transformar a infraestrutura de carregamento no Brasil. O crescimento da mobilidade elétrica depende disso.”