Com novo salto, Brasil amplia oferta de eletricidade com os preços em tendência de queda

Redução de valores favorece o consumidor e reflete demanda inferior à oferta 

Crédito da imagem: Abadi/Divulgação 

O Brasil se prepara para um novo salto na matriz elétrica. Para este ano, a previsão é de que sejam acrescentados 10.106 megawatts (MW), segundo estimativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Se confirmado, esse será o segundo maior avanço anual já verificado pela Agência desde sua criação em 1997 – atrás apenas do crescimento de 10.324,2 MW de 2023.

Em tempo: hoje, o país possui um total de 199 mil MW em usinas instaladas. 

 

Fontes renováveis lideram

No caso, a grande maioria dessa capacidade instalada é de fontes renováveis.

Ou seja, as hidrelétricas respondem por 51,33% dessa capacidade, seguida das térmicas (caso das geradoras a biomassa de cana-de-açúcar) com 23,74%, das solares (5,86%), das pequenas hidrelétricas (2,89%), das eólicas (0,99%) e das termonucleares (0,43%) do total.

 

Avanço solar

As renováveis também despontam nos empreendimentos geradores em construção e não iniciados.

Seja um ou em outro, a fonte solar lidera (41,75% das usinas em construção e 82,30% das projetadas). 

 

Confira previsões da Aneel para este 2024: 

Preços em ritmo de queda

Assim como o Brasil avança em geração de fontes renováveis, limpas, também amplia a capacidade instalada, o que ajuda a empurrar os preços das tarifas para baixo.

A notícia, que é boa para o consumidor, seja ele industrial, comercial ou residencial, é explicada pela situação hidrológica confortável para as usinas, cujos reservatórios se mantêm cheios entre 2022 e 2023.

Como as hidrelétricas lideram em geração, se produzem mais, os preços tendem a cair.

É certo que o país convive com um impasse em relação às tarifas da usina de Itaipu (leia mais aqui), e que a economia brasileira, hoje ainda abaixo do crescimento esperado, mantém a demanda com o freio puxado.

Seja um e outro caso, pode alterar a situação atual de demanda de energia inferior à oferta. 

 

Aneel atesta queda de valores

Em entrevista ao jornal Valor Econômico (aqui), no fim de dezembro último, o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, disse que o país vive preço baixo de energia elétrica e que isso já foi registrado pelos investidores em empreendimentos já aprovados pela Agência.

Além da situação confortável dos reservatórios de água, ele lista, como motivos para a baixa demanda, o crescimento da geração distribuída (GD) de energia (em que o consumidor gera sua própria eletricidade) e o ritmo lento da economia.

Independente se a queda de valores seguirá ou não ao longo dos próximos meses, fato é que o Brasil avança em geração de eletricidade limpa e, assim, dá garantia de segurança à sua matriz energética.